Com a modernização da concorrência -- lançamento do Uno, adoção de motor refrigerado a água pelo Gol --, o Chevette estava envelhecendo. Em 1989 a fabricação da Marajó era encerrada. Em seu lugar viria a perua Ipanema, derivada do Kadett. Em 1991 a versão DL tornava-se a única. No ano seguinte recebia catalisador, para atender a novas normas de emissões poluentes.

Popular sem popularidade: o Junior, lançado em 1992. Até os vidros eram mais finos para reduzir o peso e aliviar um pouco o anêmico motor de 1 litro e 50 cv
Um ano e meio depois do Uno Mille, que inaugurou o segmento 1-litro no mercado, a GM lançava em março de 1992 o Chevette Junior, com acabamento despojado e apenas 50 cv de potência. Até os vidros eram mais finos para reduzir o peso, uma vã tentativa diante da ineficiência da tração traseira, com seu pesado eixo cardã, em um carro tão fraco. Apesar do consumo divulgado de 15,5 km/l em estrada, foi um fracasso. Entrou e saiu do mercado discreto, já no ano seguinte.

Em 1993 o governo definia os critérios -- se é que se pode chamá-los assim -- do "carro popular". O lobby da Volkswagen foi forte, incluindo o Fusca (pedido pelo então presidente Itamar Franco) e a Kombi na categoria, apesar do motor 1,6. A GM não deixou por menos e obteve aprovação para um Chevette mais forte, da mesma cilindrada, enquanto os concorrentes Escort, Gol e Uno ficaram mesmo com 1 litro.
Versão de despedida: aproveitando os polêmicos critérios do governo para o "carro popular" de 1993, a GM consegue usar o motor 1,6 no Chevette L, que dura apenas um ano
A versão L passava a ser a única opção do pequeno da GM, com acabamento básico e motores a gasolina e álcool. Em 12 de novembro do mesmo ano, após duas décadas de sucesso, o último Chevette deixava as linhas de montagem, totalizando 1,6 milhão de unidades vendidas. O Corsa, mais moderno, assumia a posição de caçula da marca. Restaria em produção apenas o picape Chevy 500 DL, descontinuado em 1995.

A GM ainda mantém, na unidade de Mogi das Cruzes, SP, a produção de peças de estamparia para Chevette, Opala e outros modelos fora de linha, pois são muitos ainda no Brasil -- atitude louvável num país que raramente preserva sua memória. A última versão produzida teve uma unidade guardada para o futuro museu da marca. Duráveis e robustos, diversos exemplares do Chevette resistem ao tempo -- e ainda vão rodar muito.
Nas telas
No filme Quem vai ficar com Mary, com a lindíssima Cameron Diaz, um entregador de pizzas que se faz passar por arquiteto tem a versão hatch americana. Em dezenas de novelas brasileiras e filmes ele também figurou.
Em escala
A Solido francesa fez na escala 1/43 a versão fastback do modelo europeu (foto abaixo). Oferecia em três decorações de competição, muito bem-acabadas e detalhadas. O kit de metal era para montar e pintar.

A última unidade produzida e a miniatura
da Solido para o esportivo Kadett GT/E

Ficha técnica básica
Foram considerados os principais motores e versões do sedã
MOTOR 1,4-litro a gasolina - longitudinal; 4 cilindros em linha; bloco e cabeçote de ferro fundido; comando de válvulas no cabeçote; 2 válvulas por cilindro. Cilindrada: 1.398 cm³. Taxa de compressão: 7,8:1. Um carburador de corpo simples. Potência máxima bruta*: 68 cv a 5.800 rpm. Torque máximo bruto*: 10,3 m.kgf a 3.000 rpm.
MOTOR 1,4-litro a álcool - idem, exceto:
Taxa de compressão: 10,5:1. Potência máxima bruta*: 69 cv a 5.800 rpm. Torque máximo bruto*: 10,4 m.kgf a 3.000 rpm.
MOTOR 1,6-litro a gasolina - idem 1,4-litro a gasolina, exceto:
Cilindrada: 1.599 cm³. Potência máxima bruta*: 76 cv a 5.800 rpm. Torque máximo bruto*: 10,8 m.kgf a 3.600 rpm. Carburador de corpo duplo entre 1980 e 1983 e de corpo simples entre 1984 e 1987.
MOTOR 1,6-litro a álcool - idem 1,6-litro a gasolina, exceto:
Taxa de compressão: 12:1. Potência máxima líquida*: 72 cv a 5.600 rpm. Torque máximo líquido*: 12,3 m.kgf a 3.200 rpm. Carburador de corpo simples (entre 1984 e 1987).
MOTOR 1.6/S a gasolina - idem 1,6-litro, exceto:
Taxa de compressão: 8,5:1. Potência máxima líquida*: 73 cv a 5.200 rpm. Torque máximo líquido*: 12,6 m.kgf a 3.200 rpm. Carburador de corpo duplo.
MOTOR 1.6/S a álcool - idem 1.6/S a gasolina, exceto:
Taxa de compressão: 12:1. Potência máxima líquida*: 81 cv a 5.200 rpm. Torque máximo líquido*: 12,8 m.kgf a 3.200 rpm.
MOTOR 1-litro a gasolina - idem 1,4-litro a gasolina, exceto:
Cilindrada: 998 cm³. Taxa de compressão: 8,5:1. Potência máxima líquida*: 50 cv a 6.000 rpm. Torque máximo líquido*: 7,2 m.kgf a 3.500 rpm.
CÂMBIO - manual, 4 ou 5 marchas, ou automático, 3 marchas; tração traseira.
SUSPENSÃO - dianteira independente, braço triangular superior, braço simples inferior, estabilizador a partir de 1983; traseira, eixo rígido com tubo de torque, braço longitudinal, barra transversal Panhard.
RODAS - 13 pol; pneus, 155 R 13 e 175/70 R 13 (modelos mais recentes).
DIMENSÕES - comprimento, 4,12 m a 4,19 m; largura, 1,57 m; altura, 1,32 m; entreeixos, 2,39 m; capacidade do porta-malas, 323 l; peso, 920 kg.
* Observem-se os diferentes métodos de obtenção de potência e torque máximos: bruto, nos motores mais antigos, e líquido, nos mais recentes ).